ensaio 1

03/08/2010 § Deixe um comentário

Ah! Já faz um bom tempo sim… Ontem sentado naquela mesma cadeira que você disse ser estranha, aquela com os pés para cima, pensei em como éramos felizes e não tínhamos nem idéia que isso existia. A felicidade é feita de equações sem respostas e sentimentos à flor da pele. Um dia quando você também decidir olhar pra trás e ver como éramos ligados como uma flor ao vento, irá ver dragões ferozes e como lutamos pra sobreviver e chegar até aqui e dizer que passamos. Não que o tempo agora não seja menos importante, é em tese por que o presente quase sempre não importa, o passado é feito de presente e o presente é feito do futuro. Seja como for a ordem dos fatores, o preto sempre vai ser preto e o marrom sempre vai ser marrom, há fatos inegáveis que quanto mais lutamos pra descobri-los tanto menos ficamos longe da resolução.

O fim é o começo de algo que está pra terminar e assim rodar na rotatória eterna da incerteza. O que pensa estar certo não pode ser considerado verdade absoluta quando em diversos outros lugares essas pseudo-verdades podem ser consideradas um erro sem tamanho. Nada é tão certo quanto a incerteza. Os que indicam e mostram algo que apaixone multidões tem em seus corações a maior incerteza de que o que estão mostrando seja realmente verdade, histórias de contradições e maldições e bênçãos para os fiéis não são inspiradas pela autêntica certeza. Por que ainda lutam os ateus, entre ter fé e não ter não existe diferença, os dois lados ainda existem e em tese dizem a mesma coisa, eu creio em algo. Já não tenho mais tirocínio pra debater com cristãos e pseudo-cristãos. O mundo vai acabar em 2012, já diziam os maias, e o calendário Japonês, como em culturas extremamente diferentes e longínquas poderia chegar a mesma conclusão?! O homem é capaz de criar e seguir uma linha de raciocínio, em algumas culturas isso é explorado em demasiado, a cultura japonesa é uma das mais inteligentes no quesito de estar à frente do seu tempo, perdendo apenas para os Maias que no reinado do se segundo rei já tinha sistema de esgoto, algo não tão lógico para a época. Oh não, o homem veio do macaco, que um dia decidiu virar homem. A luta entre macaquices e criancices dos humanos não é tão diferente dos macacos, talvez por acharem que podem chamar a atenção de tudo e de todos. E o pior é que chamam, criam teorias sobre relatividade e tempo, tentando explicar a auto-existência que não faz sentido. Ninguém auto-existe, todos dependem de alguém pelo menos. Não tente encontrar nexo nas coisas da vida, ou tente, sendo que isso é tão difícil quanto tentar responder uma equação de física quântica mascando chiclete.

Diga o que tem que ser dito, mesmo que não tenha tanta certeza das palavras que virão na sua boca, mas nunca esqueça o mundo não é você.

O funeral do meu pai [chapter two]

30/07/2010 § Deixe um comentário

Já fazia um tempo que não contava mais com o conforto de casa. Na próxima lua cheia iria completar cinco meses de internato. Alguns, como eu antes de ir pra lá, tem o pensamento muito abstrato sobre como é ou o que é um internato. A única referência que tinha era os internatos do século XX onde eram administrados pela Igreja Católica, as crianças usando uniformes e sapatos encerados. Ao me deparar com a realidade do IAAI caiu por terra toda minha concepção de internato. Não via Padres carrascos, isso por que o internato não era católico, e nem tampouco alunos bem disciplinados. O local do internato ficava uns 74 km de distância da capital, nem era tão perto e nem tão longe. Quando voltava do refeitório ainda conseguia ver as luzes da cidade, um clarão no oeste. Morava em um dormitório o “Residencial Masculino”, era em formato de uma caixa de fósforos só que bem grande, havia 31 quartos e todos eles com o mesmo tamanho. No centro ficava a praça, vulgo “pracinha”, onde tinha alguns bancos de concreto e uma luminária bem no meio, a pracinha rodeada de gramas e flores, e também havia quatro engraçados arbustos que os monitores do prédio tinham uma paixão imensa em podar. Passei por diversos quartos desde que entrei no internato, mas o meu primeiro foi o Quarto – 6, junto com mais três garotos dormi várias noites nesse quarto. No internato tem essa rivalidade de quartos, antes era pior – Alguns me diziam. Os integrantes de cada quarto faziam o que podiam para dizer que seu quarto era melhor, o termo que adotavam era “Quarto X moral”, bem, no meu quarto não tinha dessas. Não era sociável e nem tampouco a fim de ficar dizendo que meu quarto era moral, o único que ainda fazia questão de falar essas coisas era o Dentinho. No internato nossos nomes perdem a importância, e começa um novo nome, os mais velhos dão o seu apelido, então é bem difícil ser chamado pelo seu próprio nome no internato. O meu era Babu, O Montanha até hoje não me disse o porquê desse apelido. Dormia na parte do beliche de cima, no meu quarto tinha uma janela imensa que dava pra ver fora do prédio, e bem na direção da minha janela tinha um arvoredo, uma árvore que não cresceu, mas ela estava ali há muito tempo. Todas as noites eu conversava com ela, talvez por acreditar que ela não contaria pra ninguém meus segredos.

Estava frio, o ar-condicionado ficara mais intenso nos últimos dias, talvez pelo fato da energia está sendo mais aproveitada durante à noite. Meus pés cobertos pelo lençol que na semana passada minha mãe veio deixar. Minha consciência ainda pesada por ter cometido um desatino dos piores naquela manhã, tinha certeza que não iriam descobrir, mas e… Se descobrissem?! Dei voltas na cama, tentando encontrar a melhor posição pra dormir e conseqüentemente parar de pensar naquilo, isso era sorrateiro, dificilmente quando tinha feito algo eu dormia com facilidade. Aliás, nem ao menos tentei pensar que não só eu iria ser encrencado, mas também mais quatro amigos. A manhã daquele dia foi a mais intensa e cheia de adrenalina que eu já tinha tido… Tudo começou com um telefonema.

O funeral do meu pai [chapter one]

29/07/2010 § 2 Comentários

Os passos ficaram mais intensos e rápidos desde o momento que ele olhara em seu relógio. Acompanhei pelo olhar    ao longe ele vindo e fiquei imaginando o porquê de toda a pressa do Prof. Ivan. Talvez algum aluno havia feito alguma travessura, mas mesmo assim era bem estranho. Um dos mais famosos apelidos do Prof. Ivan era “Fundo de garrafa, pelo fato dele usar m óculos que fazia jus ao apelido, sua estatura mediana ressaltava seu andar compassado e lento, mas naquele dia tinha algo que o incomodava. Não queria que ele estivesse pensando em mim, isso por que ele era o diretor interno do internato e o mais temido diretor de disciplina. Ele desapareceu do meu olhar ao passar por debaixo da laje inacabada que ficava uns 100 metros de onde eu estava.

Minha sala de aula era grande, Junto com mais 20 alunos via o tempo passar, e entre uma bocejada e outra eu olhava pela janela pra ver o movimento da tarde. Nunca queira estudar à tarde, dá um tédio gigante e um sono estupefante. As janelas eram o que me fazia ficar acordado por mais tempo durante ás aulas, pela janela podia ver a linda paisagem que diziam mais coisas pra mim do que teorias de Marx e Krent, olhando pela janela começava a criar minhas próprias teorias de relativismo exóbrico, minha mente ia muito além do que as palavras dos meus professores que eram condicionados a dizerem nada além da verdade excêntrica do século 21. Meus pensamentos foram interrompidos quando na porta alguém bateu, o som ecoou como um despertador às 5:00 da manhã, voltei então a realidade.  A Professora de Artes que era conhecida pela destreza em comentar a vida dos outros e que nos últimos dias havia adquirido um óculos um tanto que estranho, se encaminhou até a porta e na metade do caminho olhou pra trás por  pensar ter ouvido o seu celular tocar, mas era alarme falso.

– Prof. Ivan?! – disse minha professora de artes, estranhando o fato do Prof. Ivan bater na porta, geralmente ele entrava sem pedir nenhuma licença.

– Professora eu gostaria de ter uma palavra com o aluno Cley Medeiros…

Ele ainda continuou falando, talvez explicando onde eu deveria encontrá-lo, mas as palavras ditas depois do meu nome eu não consegui ouvir. Meu coração acelerou, minhas mãos começaram a suar e fiquei extremamente nervoso. Senti o olhar pesado de toda sala sobre mim, queria fugir, correr, gritar, mas ainda tinha o raciocínio no lugar, então não fiz isso.

Cley… A Professora disse num tom de voz maior do que o do Professor Ivan, talvez ela tenha percebido minha distração. Ela então indicou a porta, sugerindo que eu fosse com o Prof. Ivan. Então levantei com o pé direito e tentando encontrar algum sentido nessa chamada inusitada do Prof. Ivan, não tinha aprontado nada que me levasse a ter uma conversa com ele. Mas quando meu pé direito foi dá o segundo passo lembrei algo que fiz no final do mês anterior…

[continua…]

28/07/2010 § Deixe um comentário

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei… tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada

Ausência, Vinicius de Moraes.

23/07/2010 § Deixe um comentário

Desculpa, não vou continuar o do último post, talvez por falta de tirocinio.

Já daz dois dias =/ .Mas procuro não pensar nisso, vou tentando. Hoje não decidi não fazer nada, ficar em casa sem   tantas decisões para tomar, já estava meio saturado de coisas sobre comunicação. Mas amanhã tenho que ir :~ Nem sei se é isso mesmo que eu quero… ; Você já teve disso né? de no principio achar que era aquilo que vc queria mas chegar a um ponto e olhar prus lados e falar – “É isso mesmo que eu quero?” . Geralmente nao fazia esses questionamentos :~ falar em questionamentos vc sabia que os povos antigos como os Maias, Incais, Israelistas e alguns outros, não se questionavam? Eles não ficavam perguntando o por quê das coisas, isso só veio à tona no tempo dos gregos, eles que introduziram esse pensamento de QUESTIONAMENTO ( enquanto digito, estou procurando alguma foto pra colocar no post) ;

Eu amo questionar, não sobre minha existência e essas coisas filosóficas. Quando eu era mais novo, seilá… uns 14 anos, eu era o Che Guevara da minha sala, 😀 eu gostava de polêmicas, discordar com professor e quase sempre eu me dava mal…

_______________________________________________________________não vou entrar em nostalgia hoje,

Bem, o que vc questionaria sobre você? Pensa e tenha um bom dia, ou não tão bom assim :~

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